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Sintomas infantis contemporâneos.

  • Carolina A. Barbosa
  • 29 de set. de 2016
  • 2 min de leitura


É perceptível como as mudanças socioeconômicas e ideológicas ocorridas na contemporaneidade contribuem para o surgimento de novas modalidades de subjetivação. Vivemos em um tempo marcado por mudanças, transformações, pelo seu caráter efêmero e transitório.

Tudo isto tem modificado as relações entre pais e filhos, entre crianças e adultos e tem acarretado, muitas vezes, uma ruptura de lugares, papéis e saberes dos pais sobre a infância. Outros saberes se sobressaem, como aquele constituído pelo discurso do capitalismo e da ciência.

Inseridos neste discurso, estamos à mercê da supremacia da televisão, dos ditames do marketing, das campanhas publicitárias e do saber psiquiátrico. Este último classifica os indivíduos de acordo com o manual diagnóstico, como o DSM e o CID.

Na clínica com criança frequentemente nos deparamos com demandas de tratamento onde a queixa inicial chega rotulada pelas patologias que nomeiam as dificuldades vividas pelas crianças, como, por exemplo, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Estes diagnósticos são postulados a partir da descrição dos fenômenos e posterior enquadramento dos sintomas a um déficit. As vezes definidos pelos próprios pais a partir de buscas na internet.

A todo o momento somos apresentados a uma série de novidades que caracterizam o mundo moderno. A evolução de inúmeras inovações tecnológicas, acrescidas da informatização do mundo moderno e do discurso científico, estabeleceram novos modos de comunicação. O saber sobre as questões que permeiam os seres humanos são classificáveis e solucionadas por meio da obtenção de objetos apaziguadores.

Diante do excesso de objetos que estão disponíveis para as crianças, o que interessa é a maneira singular que cada uma vai encontrar para manifestar suas dificuldades e perturbações ocasionadas pelo transbordamento dos estímulos.

Podemos pensar que o sintoma faz-se presente para nos apontar a dificuldade da criança em nosso mundo, já que na contemporaneidade as crianças têm que suportar a carga dos excessos que constantemente lhes são ofertados.

A especificidade do meu trabalho está em localizar o singular de cada um, para além das ofertas identificatórias propostas pela cultura e pelo discurso da ciência, pois estas ofertas podem alienar o indivíduo, reduzindo a sua dificuldade a um déficit, que resulta em sua segregação e exclusão social. Sendo assim, me abstenho de tratamentos padronizados. Já que na lógica capitalista todos são iguais perante o consumo, o reconhecimento da dimensão subjetiva nos conflitos apresentados pelas crianças impede que elas sejam tratadas como mais uma. O que é visado não é o transtorno ou o déficit, mas cada uma em sua singularidade.
 

OBS: O objetivo deste espaço é proporcionar aos leitores reflexões sobre as questões que permeiam o mundo infantil. Não irei ditar regras ou caminhos a serem seguidos. Fugirei de verdades absolutas e fórmulas milagrosas, pois cada caso apresenta uma singularidade e não é possível generalizar.

Este espaço não substitui o acompanhamento psicológico. Durante a psicoterapia, o terapeuta conhece a especificidade do caso e realiza um acompanhamento personalizado para cada um.

Leitores de Belo Horizonte-MG interessados em acompanhamento psicológico, favor entrar em contato via mensagem.



Referência bibliográfica:

A criança e o sintoma na contemporaneidade – Viviane Alvim

Infância contemporânea e crianças consumidoras: que relação é essa? – Dinah Becker

Psicanálise e educação: um tratamento possível para queixas escolares – Nadia Laguardia, Carolina Barbosa, et al.

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2016 - ERA UMA VEZ -  PSICOLOGIA INFANTIL

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