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Afinal, o que é o Complexo de Édipo?

  • Carolina A. Barbosa
  • 25 de mai. de 2017
  • 4 min de leitura

 

Este texto abarcará questões que envolvem o romance familiar e a sexualidade infantil. Tema este que desperta curiosidade, temores, distorções e fantasias: o Complexo de Édipo. O pai da psicanálise nomeou tal conceito tomando como referencial a tragédia grega Édipo Rei. O que rege este complexo é uma batalha entre o amor e a hostilidade que a criança vivencia em seu mundo interno. Tentarei explicar este conceito cunhado por Freud sem me valer das termologias técnicas e contextualizando-o com o desenvolvimento infantil.


O bebê vivencia um período de dependência total do responsável, uma vez que precisa dele para suprir suas necessidades básicas e para traduzir suas emoções. Esses cuidados ocasionam no bebê um sentimento de que ele está no centro das atenções e que é o detentor de todo o amor de seu responsável.


Neste momento, até por suas limitações físicas, o bebê encontra boa parte de sua satisfação no próprio corpo, inicialmente através da zona oral, pois seu contato com o mundo inicia pela boca ao alimentar-se do leite materno ou da mamadeira.


Por volta dos dois anos, ele já está mais autônomo e começa explorar outras partes do seu corpo. Ele começa a se tornar consciente das outras partes corporais através das sensações físicas. Neste período há um investimento da família também em seu corpo já que estão as voltas com a retirada das fraldas.


Com o desenvolvimento da criança, ela começa explorar o mundo externo. O que antes não lhe interessava, passa a fazer parte de suas atenções. Tomar banho com os pais e ou irmãos já não passa despercebido. Atenta-se para as diferenças sexuais anatômicas quando estão na presença do sexo oposto, seja dentro de casa ou na própria escola.


Percebe a diferença anatômica entre os pais, o que desperta sua atenção para o sexo oposto. Esse interesse provoca um investimento afetivo maior neste genitor. É normal que nesta época a menina se intitule princesa e nomine o pai como seu príncipe e que o menino diga que é namorado da mãe e quer casar com ela. Porém, depara-se com a realidade e nela com um rival que lhe mostra que não, que aquele homem ou aquela mulher não lhe pertencem e que ela terá que buscar essas figuras em outro lugar em outra fase da vida.


Nesta fase do desenvolvimento, a criança passa a explorar mais o ambiente e naturalmente se depara com um número crescente de proibições. Assim, a frustração a que é confrontada aumenta e a sua ilusão de ser o centro do universo, detentora de todo o amor, vão sendo colocados à prova.


Como seria de se esperar, a criança reage a esta interdição ao prazer infinito de ter seu desejo satisfeito. Em função disso, a sua reação é de rivalizar com este interditor que coloca em cheque seu conto de fadas (o interditor é aquele que aponta para impossibilidade de ter seu prazer sempre satisfeito, pode ser o pai, a mãe ou quem assume essa posição). O conflito está estabelecido porque a criança ao mesmo tempo em que quer eliminar o seu rival, ela o ama e o teme. Novamente vale destacar que este enredo se passa no mundo interno, ou seja, a nível inconsciente, e a criança não tem acesso a estes impulsos.


Nesse contexto, sentindo-se impedida de rivalizar com os genitores, seja pela ameaça de retaliação ou pelo temor da perda de amor, a criança encontra como saída à possibilidade de se identificar e ser como eles.


ENTÃO...


O temor da castração tão difundido no Complexo de Édipo, entendido como o medo da retaliação pelo então “rival” e alimentado pela percepção da diferença anatômica entre os sexos, pode ser traduzido na vida real como uma introdução ao proibido através da interdição ao prazer total. Essa dinâmica traria à criança a possibilidade de ter dentro de si a lei.


Dentre as importâncias do Complexo de Édipo, temos, portanto, o estabelecimento do princípio de realidade, que toma o lugar do princípio do prazer. A introjeção deste princípio pode parecer banal, mas será determinante no futuro, quando elas já não forem mais crianças e depararem com um mundo que ao mesmo tempo em que frustra também oferece inúmeros convites ao prazer sem fim.


É importante ressaltar que não falamos de papéis reais, tão pouco de situações concretas. Pode parecer que é necessário o par parental para que se efetive a interdição, porém não ocorre desta forma. O interditor pode ser o mesmo que o objeto de amor, por exemplo, a criança pode viver só com a mãe e ela fazer o papel de objeto do amor do filho e de interditora ao prazer infinito, desde que ela também se abra para o mundo externo e volte sua atenção para outras coisas, como o trabalho, atividades que interessem, o namorado ou até ela mesma.


 

OBS: O objetivo deste espaço é proporcionar aos leitores reflexões sobre as questões que permeiam o mundo infantil. Não irei ditar regras ou caminhos a serem seguidos. Fugirei de verdades absolutas e fórmulas milagrosas, pois cada caso apresenta uma singularidade e não é possível generalizar.

Este espaço não substitui o acompanhamento psicológico. Durante a psicoterapia, o terapeuta conhece a especificidade do caso e realiza um acompanhamento personalizado para cada um.

Leitores de Belo Horizonte-MG interessados em acompanhamento psicológico, favor entrar em contato via mensagem.

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