top of page

PROCURE POR TAGS: 

POSTS RECENTES: 

SIGA

  • LinkedIn - Grey Circle
  • Facebook - Grey Circle

Tornar-se mãe...

  • Carolina A. Barbosa
  • 16 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura


 

O texto de hoje será dirigido a todas as mulheres que se tornaram mães. Ser mãe sucede uma travessia que se inicia na aceitação da gravidez até o processo de adoção do próprio filho após o nascimento. Travessia que pode ser silenciosa ou imersa nas dúvidas. Não me refiro às duvidas práticas de como cuidar do filho após o nascimento, e, sim, sobre os pensamentos que assolam e transformam pequenos minutos de silêncio (principalmente depois do nascimento!) em verdadeiras sessões de análise interna.


Venho falar daqueles momentos em que as mulheres se sentem culpadas enquanto mães, tanto pelo que fazem quanto pelo que deixam de fazer. A culpa materna é um fenômeno universal e multifatorial que pode estar presente durante a maternidade. A cada nova fase do filho, novos desafios são colocados e a cada desafio uma angústia por não saber como proceder.


Com a facilidade de procurar informações, muitas mães fazem buscas na internet e acabam se identificando a um grupo. Baseiam-se nas trocas de informação e apoiam nas práticas uma das outras, assim se constitui os inúmeros grupos do Facebook, Whatsaap, blogs, entre outros. Muito fixadas nos saberes que ali circulam, acabam cedendo o espaço do seu próprio saber sobre o que está se passando com ela ou com seu filho, adquiridas ao longo de sua travessia, para aceitar aquilo que se apresenta como certo dentro daquele grupo.


Este não é um problema, pois nestes grupos circulam muitos saberes apaziguadores. Porém, a função que aquele grupo exerce sobre a mãe é que me levanta uma questão. As mães tendem a se sentirem culpadas e buscam apoio nestes grupos para amenizar a própria angústia.


O acesso e o excesso de informação que temos na atualidade acabam exercendo efeitos contraditórios, pois ao mesmo tempo em que temos a possibilidade de fazer escolhas e tomar decisões pautadas em alguma teoria, o que daria a sensação de acerto, muitas vezes as deixam perdidas. As teorias são tantas e muito distintas que podem, por vezes, aumentar o nível de angústia, pois as deixam com mais dúvidas do que com respostas e, com isso, a culpa vai sendo alimentada.


É importante ressaltar que os filhos necessitam mais da segurança da mãe para ampará-los do que de sua perfeição. Sendo assim, elas devem se atentar para o modo como sua insegurança está sendo transmitida para o filho. Uma saída que muitas mães encontram para lidar com isso que gera mal-estar é tentar obturá-lo a partir do excesso. Ou melhor dizendo, com a falsa ideia de que devem oferecer tudo aos filhos. E tudo inclui todo o amor, toda a paciência, toda sabedoria, todos os brinquedos e tudo que eles desejarem.


Portanto, deve-se entender que a perfeição não existe, ela apenas nos prende ao plano imaginário. As “faltas” maternas que ocorrerão em decorrência das imperfeições inerentes aos seres humanos são necessárias para os filhos; eles crescerão em função disto. Não é à toa que um dos mais renomados nomes da psicologia infantil, Donald Winnicott, descreve as mães ideais como “suficientemente boas”, ou seja, aquela que compreende que sua ausência também é fundamental, para que com todo aparato psíquico a criança consiga elaborar e avançar no mundo externo.


ENTÃO...


A culpa por não oferecerem ao filho tudo que julgam ser essencial fixa os pais na busca constante e interminável para suprir as demandas que eles próprios criaram. Os pais devem aceitar sua condição humana sendo apenas suficientemente bons, assim, os filhos terão pais seguros de si, que, mesmo falhando vez ou outra, têm um norte em seus posicionamentos.


Confiem nos seus saberes e fiquem atentos aos sinais dos filhos, estes serão os maiores norteadores da criação dos mesmos. Cada família apresenta uma particularidade que os grupos não conseguem representar.

 

OBS: O objetivo deste espaço é proporcionar aos leitores reflexões sobre as questões que permeiam o mundo infantil. Não irei ditar regras ou caminhos a serem seguidos. Fugirei de verdades absolutas e fórmulas milagrosas, pois cada caso apresenta uma singularidade e não é possível generalizar.

Este espaço não substitui o acompanhamento psicológico. Durante a psicoterapia, o terapeuta conhece a especificidade do caso e realiza um acompanhamento personalizado para cada um.

Leitores de Belo Horizonte-MG interessados em acompanhamento psicológico, favor entrar em contato via mensagem.

Comments


2016 - ERA UMA VEZ -  PSICOLOGIA INFANTIL

  • b-facebook
  • LinkedIn - Black Circle
bottom of page