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Ritalina: necessária ou não?

  • Carolina A. Barbosa
  • 5 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

Os pais despejam nos filhos uma série de expectativas, desde antes do nascimento até a posteriori. Em certa medida essa é uma boa ação, pois pais desejantes impulsionam o desenvolvimento dos filhos. Porém, quando os filhos não correspondem aos seus anseios nasce um problema, ou começam a vê-lo onde não tem. Qualquer comportamento que o filho vier a ter é uma resposta dele ao excesso de expectativas dos pais ou a outras questões que tem vivenciado. Muitos pais, por sua vez, buscam por soluções fáceis sem se implicar na causa do mal-estar.


Em muitos casos já chegam ao consultório médico com o diagnóstico do filho, e buscam pelo medicamento para sanar o quanto antes aquele comportamento. Devemos atentar para o fato de que cada criança é também um sujeito e apresenta respostas para lidar com as dificuldades através de seus comportamentos. Diagnosticar e medicar nem sempre visa à causa do problema. O diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevou o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina* do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.


As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos pais, professores, psiquiatras biologicistas e neurologistas. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se a ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.


Assim, passamos para as crianças a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução por meio do pensamento, da conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas. Tratar com drogas as crianças agitadas ou com outras dificuldades é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola e a subjetividade da criança diante das suas vivências. É uma atitude imediatista.


ENTÃO...


Além da medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância. Isso facilita a medicalização, pois sem equipes treinadas é mais fácil receitar remédios.


Entretanto, muitos profissionais diante dessa questão buscam entender o sofrimento psíquico da criança que está gerando dificuldades em seu laço social. E não tendem a encarar isso como um problema, porque a maioria são crianças só agitadas e que não necessitam de medicação para tal. No mundo da rapidez e da agitação, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Devemos apostar que cada uma tem uma história que deve ser escutada e não calada pelos efeitos dos medicamentos.

*Ritalina é um remédio à base de Metilfenidato, muito indicada para pessoas com diagnóstico de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Seu uso é essencial para quem realmente possui o diagnóstico.

OBS: O objetivo deste espaço é proporcionar aos leitores reflexões sobre as questões que permeiam o mundo infantil. Não irei ditar regras ou caminhos a serem seguidos. Fugirei de verdades absolutas e fórmulas milagrosas, pois cada caso apresenta uma singularidade e não é possível generalizar.

Este espaço não substitui o acompanhamento psicológico. Durante a psicoterapia, o terapeuta conhece a especificidade do caso e realiza um acompanhamento personalizado para cada um.

Leitores de Belo Horizonte-MG interessados em acompanhamento psicológico, favor entrar em contato via mensagem.

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