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O que devemos saber sobre os autismos?

  • Carolina A. Barbosa
  • 12 de jan. de 2017
  • 3 min de leitura

Este texto apresentará reflexões iniciais sobre os autismos. Em outro texto será abordado outras questões que permeiam essa classificação.


O manual da saúde mental, DSM-V, que é um manual de classificação diagnóstica incluiu o autismo, o transtorno desintegrativo da infância, o transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado e a síndrome de Asperger dentro da mesma classificação que é denominado de Transtorno do Espectro Autista (TEA).


O que antes (segundo o DSM- IV) era uma tríade de sintomas comuns se transformou em díade e seus subgrupos. A díade é composta por: 1) déficits sociais e de comunicação; 2) comportamentos repetitivos e restritos. Assim, a criança que apresenta estas duas características comuns se enquadra no TEA; outras características a enquadrará em algum dos diferentes subgrupos acima citados.

 

Assistimos na atualidade um crescente aumento de casos de autismos, ocasionando fenômenos “epidêmicos” difíceis de controlar e a uma busca de provas e de causas muito heterogêneas conforme as diferentes escolas.


O campo dos autismos se tornou um dos grandes cenários de uma batalha entre modos de saber distintos. Nos últimos anos assistimos a um desfile de múltiplas hipóteses sobre a natureza dos genes implicados no autismo, sua função no desenvolvimento geral do cérebro ou no desenvolvimento de funções particulares, como aquelas ligadas à linguagem. Os debates sobre a pesquisa das causas do autismo oscilam entre a genética, o ambiente e/ou a combinação de ambos. Esse debate prossegue num ritmo vertiginoso na atualidade, e não passa um mês, quando não uma semana, sem que surjam novas hipóteses. Será que os profissionais ou os pais que lidam com crianças autistas têm de estar atentos apenas a etiologia do autismo?


O que proponho aqui é que nós, pais ou quem convive com crianças com autismo, façamos uma reflexão sobre outras possibilidades além do diagnóstico e da preocupação com a causa. O fato de haver algo de biológico em jogo não exclui a particularidade e o espaço de construção da subjetividade das pessoas autistas. A psicanálise, na sua aplicação aos autismos, não depende das hipóteses etiológicas sobre o seu fundamento orgânico. Ela acredita que cada autista apresenta uma particularidade e a condução do trabalho realizado com essas pessoas deve ser formulada de acordo com cada uma, de modo singular. O título do texto traz o termo autista no plural justamente para propor a ideia de que se trata de vários autismos, que embora compartilhem de características comuns, cada um deles é único.


Há outras formas de lidar com a diferença do filho, do aluno ou do paciente, para além do universal da ciência. É possível reconhecer a articulação de um sofrimento com vários fatores sem fazer dele uma identificação comunitária ou anulá-lo em função de uma causa “natural” sem referência ao particular de cada um.


O papel do psicólogo é manter viva a distância ética necessária em relação aos desejos de erradicar, a qualquer preço, sintomas que incomodam, ou de se conformar com ele. É acreditar que para além de um diagnóstico, existe uma pessoa que tem desejos e acaba sofrendo por ser fixada em um roteiro de comportamentos.


 

OBS: O objetivo deste espaço é proporcionar aos leitores reflexões sobre as questões que permeiam o mundo infantil. Não irei ditar regras ou caminhos a serem seguidos. Fugirei de verdades absolutas e fórmulas milagrosas, pois cada caso apresenta uma singularidade e não é possível generalizar.

Este espaço não substitui o acompanhamento psicológico. Durante a psicoterapia, o terapeuta conhece a especificidade do caso e realiza um acompanhamento personalizado para cada um.

Leitores de Belo Horizonte-MG interessados em acompanhamento psicológico, favor entrar em contato via mensagem.



Referência Bibliográfica:

A Batalha do Autismo - Éric Laurent

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