top of page

PROCURE POR TAGS: 

POSTS RECENTES: 

SIGA

  • LinkedIn - Grey Circle
  • Facebook - Grey Circle

“As crianças precisam mais de modelos do que de críticos”.

  • Carolina A. Barbosa
  • 24 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

Os pais sempre preocupam com a disciplina dos filhos e no modo como devem transmiti-la via estabelecimento de limites. Preocupados em acertar na criação dos mesmos, os pais deixaram de considerar o real significado da palavra disciplina e relacionam tal conceito com a ideia de castigo.


Uma das definições da palavra disciplina sugere que esta é uma instrução a ser transmitida aos discípulos. Há uma figura de mestre que, através do seu exemplo e de seus ensinamentos, são capazes de mudar a vida e as crenças dos discípulos.


Transportando essa ideia para o âmbito familiar, pode-se atentar para importância dos exemplos e direcionamentos dos pais/mestres aos filhos. Como proposto pelo francês Joubert: “as crianças precisam de modelos mais do que de críticos”, isto porque provavelmente em seu tempo, como nos dias de hoje, os pais estavam mais preparados a criticarem, a passarem sermão e a castigarem do que para confiarem em sua própria eficácia como modelo para seus filhos. Em curto prazo, a correção e a punição negativa dos pais produzirão resultados mais imediatos, porém, estes tendem a ter vida efêmera se comparados aos que os modelos paternos conseguem.


Um filho pode recusar a seguir os exemplos dos seus responsáveis por considerá-los muito difícil. Se isso acontece, tudo dependerá da reação dos pais a essa rejeição temporária, que transmite a dificuldade da criança em lidar com essa situação. O que se apresenta em muitos casos é a pressa com que os pais já impõem regras e anseiam pela obediência. Após ter demonstrado com um exemplo e apontado uma direção para os filhos, os pais devem confiar na criança que, agindo por conta própria, fará o que é certo. Se esse procedimento não surtir efeito, os pais devem ser mais diretivos e estabelecer limites, porém devem estar cientes que isto requer tempo e paciência.


É a falta de confiança dos pais e, mais ainda, suas dúvidas sobre como seus filhos vão se sair, que fazem com que seja muito difícil para a criança desenvolver sua própria confiança, a base necessária para que autodisciplina seja construída.


As pessoas costumam esperar que as crianças se comportem como adultos, mas isso não corresponde à verdade. As crianças são regidas pelo princípio do prazer e, por isso, não conseguem lidar tão facilmente com as interdições e punições. Sendo assim, em alguns casos, como apontado acima, a criança vai exigir mais tempo para internalizar algumas imposições.


Esta breve introdução ao tema sinaliza a importância do papel dos pais como modelos para educar o filho e para importância de estabelecer limites que condizem com a realidade infantil. Os responsáveis pela criança devem viver em conformidade com seus valores declarados e com aqueles que tentam ensinar a seus filhos. Caso contrário, as crianças não conseguirão internalizar tais valores porque se identificarão com as inconsistências de seus responsáveis. Portanto, a máxima, “faça o que eu digo, e não o que eu faço”, não funciona quando se trata de educar crianças.


ENTÃO...


Para disciplinar um filho os pais têm de estar atentos aos dois modos: o primeiro é que eles são exemplos e os filhos repetirão suas ações, por isso devem estar atentos a como lidam com as situações. E o segundo, é quando os pais devem apontar uma direção para o filho através do estabelecimento de determinadas regras. O que acontece atualmente é uma cisão destes dois modos, no qual impera a imposição de limites via castigo e uma falta de paciência para lidar com o tempo que a criança necessita para apreender como deve reagir. Os pais devem confiar mais em sua função de mestre e transmitir com paciência aquilo que realmente julgam necessário.


Limite bem estabelecido está muito longe de limite rígido e de excesso de limite, pois o autoritarismo cria outros problemas não menos graves que a falta dele. O importante é transmitir às crianças o valor ético e moral das regras e da lei, a fim de torná-las capazes de enfrentar as exigências da vida e as frustrações posteriores, já que o mundo não é uma fonte de prazer inesgotável.


Crianças que não assimilaram a importância de serem disciplinadas a partir dos exemplos paternos e pelo entendimento dos limites, podem se tornar adultos insaciáveis, e, por essa razão, infelizes, porque nada suprirá o vazio no qual vivem. A falta de paciência dos pais diante do tempo necessário para que o filho assimile suas exigências, e consequente punição e excesso de regras, pode acarretar uma dependência pelo limite vindo do outro. Deste modo, estes futuros adultos não serão capazes de limitar sua busca por satisfação, e poderão encontrar em alguns objetos, como a droga, uma solução para nunca saciar o prazer.

 

OBS: O objetivo deste espaço é proporcionar aos leitores reflexões sobre as questões que permeiam o mundo infantil. Não irei ditar regras ou caminhos a serem seguidos. Fugirei de verdades absolutas e fórmulas milagrosas, pois cada caso apresenta uma singularidade e não é possível generalizar.

Este espaço não substitui o acompanhamento psicológico. Durante a psicoterapia, o terapeuta conhece a especificidade do caso e realiza um acompanhamento personalizado para cada um.

Leitores de Belo Horizonte-MG interessados em acompanhamento psicológico, favor entrar em contato via mensagem.

Yorumlar


2016 - ERA UMA VEZ -  PSICOLOGIA INFANTIL

  • b-facebook
  • LinkedIn - Black Circle
bottom of page